Páginas

quarta-feira, 6 de abril de 2011

PROJETO DA LINGUAGEM DAS BRINCADEIRAS E JOGOS


"Soubéssemos nós adultos preservar o brilho e o frescor da brincadeira infantil, teríamos uma humanidade plena de amor e fraternidade. Resta-nos, então, aprender com as crianças."
(Monique Deheinzelin).

TÍTULO: Brincadeira é coisa séria!
TURMA: D
ANO: 2011
PROFESSORAS: Dirlene Rech
                         Alana Morari

JUSTIFICATIVA:
            A brincadeira é uma linguagem natural da criança e é importante que esteja presente na escola desde a Educação Infantil, e tem como pressuposto  o duplo aspecto de servir ao desenvolvimento da criança, enquanto indivíduo, e à construção do conhecimento, processos estes fortemente interligados.
         Através do brinquedo e das brincadeiras ocorre a descoberta de si mesmo e do outro, portanto, aprende-se. É no brincar que a criança está livre para criar e é através da criatividade que o indivíduo descobre seu eu. Segundo Platão: “Você aprende mais sobre uma pessoa em uma hora de brincadeira do que uma vida inteira de conversação.” Pode-se dizer, que as brincadeiras e os jogos são as principais atividades físicas da criança; além de propiciar o desenvolvimento físico e intelectual, promove saúde e maior compreensão do esquema corporal. É jogando que a criança aprende a respeitar regras, limites, esperar a vez e aceitar resultados. O brincar e o jogar para a criança não são apenas um passatempo ou simples diversão, mas um momento sério, pois está aprendendo o que ninguém pode lhe ensinar, descobrindo o mundo e as pessoas que a cercam.
O Jogo é uma atividade física e mental que favorece tanto o desenvolvimento pessoal como a sociabilidade, de forma integral e harmoniosa. A criança evolui com o jogo e o jogo da criança vai evoluindo paralelamente ao seu desenvolvimento, ou melhor dizendo, integrado ao seu desenvolvimento.
O jogo está na gênese do pensamento, da descoberta de si mesmo, da possibilidade de experimentar, de criar e de transformar o mundo. Pensando nisso e na melhor maneira de ensinar as crianças, resolvemos utilizar as brincadeiras e jogos no nosso dia-a-dia. Brincando, as crianças podem aprender muito, pois soltam a sua imaginação e criatividade e de uma maneira muito divertida podem expor seus conhecimentos e ainda, dividi-los com o grupo, como também podem assimilar outros para que possam avançar em suas possibilidades. A brincadeira é a atividade principal da criança. É a sua maneira livre e pessoal de entrar no mágico universo da fantasia criadora.
Através de uma brincadeira de criança, podemos compreender como ela vê e constrói o mundo - o que ela gostaria que ele fosse, quais suas preocupações e que problemas a estão assediando. Pela brincadeira, ela expressa o que teria dificuldade de colocar em palavras. Nenhuma criança brinca só para passar o tempo, sua escolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se não a entendemos
         O caráter de ficção é um dos elementos constitutivos do jogo e, é um modo de expressão de grande importância, pois também pode ser entendido como um modo de comunicação em que a criança expressa os aspectos mais íntimos de sua personalidade e sua tentativa de interagir com o mundo adulto.
Pelo jogo as crianças exploram os objetos que os cercam, melhoram sua agilidade física, experimentam seus sentidos, e desenvolvem seu pensamento. Algumas vezes o realizarão sozinhos, em outras, na companhia de outras crianças, desenvolvendo também o comportamento em grupo. Podemos dizer que aprendem a conhecer a si próprios, ao mundo que os rodeia e aos demais.
  A própria história da humanidade nos mostra que todas as crianças do mundo sempre brincaram e continuarão brincando. Muitos estudiosos defendem a idéia de que a criança brinca porque gosta de brincar, quando isso não acontece, alguma coisa não está bem com ela. Nesse sentido, Smole (2000) vem reforçar que o brincar está sendo cada vez mais utilizado na educação, constituindo-se numa peça importantíssima na formação da personalidade, nos domínios da inteligência, na evolução do pensamento e todas as funções mentais superiores, transformando-se num meio viável para a construção do conhecimento. Foi nessa perspectiva que surgiu a necessidade de realizar esse projeto. Acreditamos que uma das formas de viabilizar um aprendizado prazeroso é através das atividades lúdicas como jogos e brincadeiras, pois propicia troca de informações, cria situações que favorecem o desenvolvimento da sociabilidade, cooperação e do respeito mútuo entre os alunos, aprende a lidar com regras e o reconhecimento que as atividades corporais podem se constituir numa forma das crianças aprenderem noções e conceitos sociais.
Vygotsky (1987) afirma que na brincadeira “a criança se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário; no brinquedo, é como se ela fosse maior do que ela é na realidade” (p.117). Em sua visão, a brincadeira cria uma zona de desenvolvimento proximal favorecendo e permitindo que as ações da criança ultrapassem o desenvolvimento real já alcançado permitindo-lhe novas possibilidades de ação sobre o mundo.
O jogo da criança não é equivalente ao jogo para o adulto, pois não é uma simples recreação, o adulto que  joga afasta-se da realidade, enquanto a criança ao brincar/jogar avança para novas etapas de domínio do mundo que a cerca.
Também a auto-estima, uma das condições do desenvolvimento normal, tem sua gênese na infância em processos de interação social – na família ou na escola – que são amplamente proporcionados pelo brincar.
 Brincar é um direito fundamental de todas as crianças no mundo inteiro, garantido no Princípio VII da Declaração Universal dos Direitos da Criança da UNICEF. É uma atividade de grande importância para a criança, pois a torna ativa, criativa, e lhe dá oportunidade de relacionar-se com os outros; também a faz feliz e, por isso, mais propensa a ser bondosa, a amar o próximo, a ser solidária. Cada criança deve estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem. A escola deve oferecer oportunidades para a construção do conhecimento através da descoberta.
Jogando é que nos desenvolvemos física e emocionalmente, ao mesmo tempo em que mantemos nossa inteligência e reflexos ativos. Mas, acima de tudo, é jogando que nos divertimos e desfrutamos a companhia das pessoas mais queridas, tanto familiares como amigos.
Brincando a criança desenvolve potencialidades; ela compara, analisa, nomeia, mede, associa, calcula, classifica, compõe, conceitua e cria. O brinquedo e a brincadeira traduzem o mundo para a realidade infantil, possibilitando a criança a desenvolver a sua inteligência, sua sensibilidade, habilidades e criatividade, além de aprender a socializar-se com outras crianças e com os adultos.
Em muitos dos jogos que as crianças realizam, marca-se notavelmente a influência de valores que predominam nos programas de televisão: violência, competição, divisão da sociedade em bons e maus, heróis, salvadores e vilões. “O jogo é uma atividade mediante a qual a criança constrói a realidade. Construir a realidade é sair de seu mundo interno ou subjetivo para começar a descobrir e configurar a realidade objetiva exterior”. A criança, ao seguir ou criar as regras do jogo, vai se dando conta de que o nosso mundo, a nossa convivência para ser harmoniosa também deve seguir algumas regras e combinações da turma.

O papel do professor
Apesar do jogo ser uma atividade espontânea nas crianças, isso não significa que o professor não necessite ter uma atitude ativa sobre ela, inclusive, uma atitude de observação que lhe permitirá conhecer muito sobre as crianças com que trabalha.
A criação de espaços e tempos para os jogos é uma das tarefas mais importantes do professor, principalmente na escola de educação infantil. Cabe-lhe organizar os espaços de modo a permitir as diferentes formas de jogos, de forma, por exemplo, que as crianças que estejam realizando um jogo mais sedentário não sejam atrapalhadas por aquelas que realizam uma atividade que exige mais mobilidade e expansão de movimentos.
Além disso, o professor precisa estar atento à idade e às necessidades de seus alunos para selecionar e deixar à disposição materiais adequados. O material deve ser suficiente tanto quanto à quantidade, como pela diversidade, pelo interesse que despertam, pelo material de que são feitos. Lembrando sempre da importância de respeitar e propiciar elementos que favoreçam a criatividade das crianças, como as sucatas, por exemplo.
As crianças sentem grande prazer em repetir jogos que conhecem bem. Sentem-se seguras quando percebem que contam cada vez com mais habilidades em responder (ou executar) o que é esperado pelos outros; sentem-se seguras e animadas com a nova aprendizagem.
Uma observação atenta pode indicar os professor que sua participação seria interessante para enriquecer a atividade desenvolvida, introduzindo novos personagens ou novas situações que tornem o jogo mais rico e interessante para as crianças, aumentando suas possibilidades de aprendizagem. Valorizar as atividades das crianças, interessando-se por elas, animando-as pelo esforço, evitando a competição, pois em jogos não competitivos não existem ganhadores ou perdedores.
Através dos jogos cada criança terá a oportunidade de expressar seus interesses, necessidades e preferências. O papel do professor será o de propiciar-lhes novas oportunidades e novos materiais que enriqueçam seus jogos, porém, respeitando os interesses e necessidades da criança de forma a não forçá-la a realizar determinado jogo ou participar de um jogo coletivo.
É de grande importância que os professores compreendam e utilizem o jogo como um recurso privilegiado de sua intervenção educativa. Assim sendo, queremos que nossas crianças sejam capazes de ver o mundo com olhos curiosos e que sejam capazes de encontrar alternativas para os problemas do seu dia-a-dia. Quando fizemos algo com prazer, o aprendizado ocorre naturalmente..
            As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu  nível básico de ação real  e moralidade. A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo,  por isso, indispensável à prática educativa.

LINGUAGENS PRIORIZADAS:
- Linguagem das Brincadeiras e Jogos;
- Linguagem dos Cuidados, Sentimentos e Afetos em geral;
- Linguagem das Regras e Combinados;

OBJETIVOS:
- Estimular o potencial lúdico das crianças através do desenvolvimento de atividades com brincadeiras;
- Oferecer diferentes dinâmicas que possibilitem brincar de forma criativa e prazerosa;
- Promover a sociabilidade através de jogos e brincadeiras, possibilitando que os participantes procurem soluções para os conflitos interpessoais durante as atividades
- Aprender a lidar com regras, respeitando o seu espaço e o do colega;- Perceber o quanto é importante e prazeroso brincar com todos os tipos de jogos e brincadeiras;

SITUAÇÕES DE APRENDIZAGENS:
- Confecção do jogo de memória com fotos das crianças, proporcionando situações que desenvolvam a concentração, atenção e memorização;
- Criar as regras do jogo construído, para que assim, participando do processo de construção, as crianças tenham consciência que o jogo tem regras e que elas devem ser respeitadas;
- Criar as regras da turma, utilizando desenhos para a melhor visualização das mesmas;
- Confecção do jogo de quebra-cabeça com fotos das crianças desenvolvendo a percepção espacial;
- Circuito de jogos variados (em sala) para as crianças brincarem com um mesmo jogo durante certo período, em pequenos grupos;
- Realizar circuito de atividades no pátio, utilizando recursos variados, para que as crianças desenvolvam a coordenação motora, equilíbrio, freio inibitório;
- Brincadeiras de rodas cantadas para desenvolver a socialização e interação com o grupo;
- Cantar e dançar músicas variadas, fazendo gestos, realizando coreografias já conhecidas, bem como criando as suas; (A linda rosa juvenil, Tchu tchu ai, boneco de lata, cabeça/ombro/joelho e pé, burrinho Rex, a barata entre outras);
- Confecção do jogo de memória com recortes de encartes de mercado;
- Jogo do bingo do nome para desenvolver a atenção, visualização, percepção espacial, bem como para a manipulação do próprio nome e dos colegas;
- Explorar os brinquedos da praça, desenvolvendo a autonomia das crianças no uso dos brinquedos, superando seus limites;
- Realizar pesquisas com os pais questionando sobre como, onde e com o que brincavam quando eram crianças;
- Construção de um brinquedo com sucatas, em casa, com auxílio dos pais;
- Analisar as características presentes nas obras de artistas plásticos que retratem brincadeiras infantis de diferentes épocas;
- Construção de quebra-cabeças a partir de figuras recortadas de revistas, desenvolvendo a atenção e concentração.
- Jogo de memória dos alimentos, desenvolvendo o raciocínio lógico, concentração e capacidade de observação.

RECURSOS:
-Papéis, tesoura. Revistas, sucatas, encartes, radio, CDs,...

BIBLIOGRAFIA:
-
Sites visitados:
(acessados em 21/02/2011)